Eu gostaria de romantizar um pouco mais o processo de escrita, poder mostrar a melhor face do ato de escrever uma história, filmar vários takes em meu notebook (o qual não tenho) enquanto tomo chá (o qual detesto).
Gostaria de mostrar o quanto é simples sentar na cadeira, colocar meu óculos, acender uma vela e colocar o pomodoro para rolar. Nesse caso, apenas um tomate rolaria mesmo.
A realidade de escrever um livro é muito mais completa para algumas pessoas do que outras. Há aquelas que as histórias surgem como água em uma fonte; há também quem peça ajuda ao ChatGPT para escrever para si as cenas que não saem por nada… e há nós, escritores que escrevem quando dá e quando a mente, e a realidade, permitem.
Trabalho, estudos, cuidar da casa, das contas, da saúde física e mental, e ainda ter um pouco de lazer, olhar rede social, cuidar de filhos (quando tem) e mais uma série de compromissos que, honestamente, desgastam a nossa mente. Quando sentamo para escrever ou corrigir algo, é provável que cometámos o erro de apagar tudo aquilo que trabalhamos por meses porque estamos tão cansadas que queremos apenas dormir.
Não é fácil, eu sei, mas e se trouxermos leveza? Leveza e sabedoria para entendermos que somos humanos com obrigações diversas e ainda não podemos nos dar ao prazer de nos entregar diariamente à escrita por um longo tempo, mas que podemos escrever no nosso tempo.
Parei de me pressionar para terminar logo. Parei de me culpar por não ter tempo suficiente. Aceitei minha realidade atual e conversei com a minha história: “espere por mim, nós iremos construir algo incrível juntas.”